sexta-feira, 17 de abril de 2009

MASSACRE DE CARAJÁS: 13 ANOS DE IMPUNIDADE




Há 13 anos, um grupo de 19 camponeses sem-terra foi executado pela Polícia Militar do Pará durante uma caminhada que reunia cerca de 1,5 mil pessoas, inclusive crianças, na PA-150 (sentido Belém). A manifestação foi marcada para exigir a desapropriação de terras na região rural de Eldorado dos Carajás para a implantação de um assentamento. Organizados pelo MST, reivindicavam a inclusão da Fazenda Macaxeira no plano de reforma agrária. Ao bloquearem a estrada na altura do Km 36 da PA-150 exigindo um ônibus, foram reprimidos por 200 homens da PM. Mais três trabalhadores que sobreviveram ao massacre morreram depois em decorrência dos ferimentos, elevando para 22 o número de vítimas. Outras 60 pessoas ficaram feridas.

Com tropas vindas nos dois sentidos da rodovia, a PM encurralou os trabalhadores na curva do S, entre Marabá e Parauapebas, e passou a jogar bombas de gás lacrimogêneo e atirar contra os manifestantes. Os trabalhadores reagiram com paus, pedras e ferramentas, como facões e foices. Os soldados não estavam identificados. Além dos mortos, dezenas de pessoas ficaram feridas. Alguns carregam as sequelas até hoje.

De acordo com a perícia, em muitos casos ocorreram execuções à queima-roupa, com tiros no tórax ou na cabeça. Alguns camponeses foram chacinados a golpes de foice e de facão, quando já estavam feridos ou imobilizados. Hoje, os sobreviventes do massacre vivem no Assentamento 17 de abril, implantado na Fazenda Macaxeira, desapropriada pelo governo. Dos 144 policiais acusados pelo massacre, apenas dois foram condenados. O coronel Mario Pantoja, a 228 anos, e o major José Maria Oliveira, a 144 de prisão. Os dois cumprem pena em liberdade.

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